Textos e Artigos

Autoria: Elisabeth da Fonseca Guimarães
Fonte: Mediações - Revista de Ciências Sociais
Ano: 2010
Resumo: Os termos humanização, dignidade, igualdade, respeito, liberdade e tolerância são incorporados a linguagem dos estudantes de modo estandardizado. Estampados em camisetas e cartazes, assumem uma variedade de significados de acordo com o favorecimento das circunstâncias. O objetivo deste artigo é trabalhar o significado sociológico de cada concepção, tendo em vista a inserção do tema direitos humanos como conteúdo de Sociologia no nível médio. A experiência docente de professores da disciplina do Distrito Federal e da cidade de Uberlândia se insere na análise, a partir de depoimentos que ajudam a refletir sobre a contribuição dessas concepções como conteúdo de Sociologia.

Autoria: Isabela Rodrigues Ligeiro e José Eustaquio de Brito
Fonte: Formação Docente – Revista Brasileira de Pesquisa sobre Formação de Professores
Ano: 2021
Resumo: Esse artigo apresenta resultados de uma pesquisa de mestrado em educação, realizada entre 2018 e 2019, que objetivou compreender como aulas e atividades propostas por professores de sociologia do ensino médio têm contribuído para o desenvolvimento de uma educação das relações étnico-raciais tendo em vista a implementação da Lei 10639/03. O tema da formação docente e relações étnico-raciais se fez presente de forma recorrente na pesquisa. Esse artigo aborda implicações dessa lei para formação docente considerando as diretrizes que orientam essa formação. Foram entrevistados 7 (sete) professores de sociologia do ensino médio em atividade na capital mineira e Região Metropolitana de Belo Horizonte. Os dados da pesquisa revelam que, não obstante a obrigatoriedade do ensino de história da África e cultura afrobrasileira, a formação inicial vivenciada pelos sujeitos da pesquisa não contempla, de forma satisfatória, a abordagem do tema.

Autoria: Rodrigo Bravin, Yamilia de Paula Siqueira, Larissa Franco de Mello Aquino Pinheiro e Hiran Pinel
Fonte: Cadernos do Aplicação
Ano: 2020
Resumo: Objetiva construir um diagnóstico sobre a forma como a história e cultura africana e afro-brasileira são representadas em um livro didático de Sociologia, distribuído pelo Ministério da Educação por meio do Programa Nacional do Livro Didático (PNLD). O foco direcionou-se para as representações imagéticas e textuais presentes no livro, para analisá-las à luz da Lei nº 10.639/2003 que tornou obrigatório o estudo da história e cultura afro-brasileira nos estabelecimentos de Ensino Fundamental e Médio brasileiro e, nesse caso, elegemos o livro didático: Sociologia para Jovens do Século XXI (2013) que foi escolhido pelos professores da escola no PNLD de 2015 entre seis opções disponíveis. A obra pesquisada está de acordo com Lei nº 10.639/2003 e com os preceitos estabelecidos na proposta de educação para as relações étnico-raciais. Porém, por atender um programa nacional, não abarca regionalidades, especificidades e questões locais da população negra do Espírito Santo como, por exemplo, as Comunidades Tradicionais Quilombolas que estão em várias partes do território estadual. Nesse sentido, reforçamos a necessidade de a Secretaria de Estado da Educação (SEDU) produzir materiais complementares e ofertar formação continuada para os educadores da rede, focados no povo negro capixaba.

Autoria: Mariana de Lima Campos
Fonte: Diversidade e Educação
Ano: 2019
Resumo: Propõe-se uma discussão acerca da relevância da inserção da temática “violências contra as mulheres” nas escolas, evidenciando o papel da disciplina Sociologia. A partir dos princípios epistemológicos de estranhamento e desnaturalização, que possibilitam a transformação de questões sociais em objetos de reflexão, entende-se a temática como um recurso possível para o aprendizado da Sociologia na educação básica. Sob a ótica do processo de implementação da Lei Maria da Penha, evidencia-se como o debate pode subsidiar processos de enfrentamento das violências num âmbito preventivo, por meio da desconstrução das assimetrias de gênero que perpetuam socialmente hierarquias de poder entre homens e mulheres - base e causa das violências, e empecilho à busca da equidade de gênero.

Autoria: Andressa Fontana Pires e Fagner Carniel
Fonte: Revista Brasileira de Educação
Ano: 2021
Resumo: Qual seria o lugar da literatura no ensino de sociologia? Em que medida a leitura de narrativas literárias poderia favorecer o aprendizado das relações de gênero e sexualidade em nossa sociedade? Por meio de experiências escolares com o conto O papel de parede amarelo, de Charlotte Perkins Gilman, este artigo problematiza o potencial pedagógico do uso da literatura no desenvolvimento de consciências e sensibilidades atentas às assimetrias, desigualdades e violências inscritas no cotidiano generificado que habitamos. Por fim, as afinidades entre literatura e teorias sociais feministas são enfatizadas enquanto possibilidades metodológicas de ensino e aprendizagem que privilegiam tanto a ressignificação do mundo social quanto a reorganização de si, no aprendizado de outras maneiras de se conceber e vivenciar a diversidade sexual.

Autoria: Guilherme Luiz Pereira Costa, Karlla Christine Araújo Souza e Guilherme Paiva de Carvalho
Fonte: Revista Mosaico
Ano: 2020
Resumo: A Lei 11.645/2008 consiste em um importante mecanismo a favor de temas específicos na escola, visando ofertar uma educação capaz de reconhecer as diferenças e educar para seu respeito e valorização. Neste trabalho, ouvimos os(as) professores(as) formados(as) em Ciências Sociais acerca de suas percepções sobre os povos indígenas e como ocorre a gestão deste tema em suas escolas e salas de aula. Entrevistamos professores(as) de Sociologia no Ensino Médio, sendo todos(as) os(as) egressos da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN) entre os anos de 2013 a 2017. Assim, a partir das falas dos(as) docentes, concluímos que não é possível uma mediação satisfatória da temática indígena sem uma formação que possibilite que o(a) docente conheça a História e Cultura Indígena.

Autoria: Fabiana Schondorfer Braz, Emmanuelle Christine Chaves e Patrícia Maria Uchôa Simões
Fonte: Debates em Educação
Ano: 2020
Resumo: A inclusão de crianças com TEA no ensino regular ainda é uma prática desafiadora e complexa que necessita de pesquisas de diferentes áreas para a garantia de direitos voltados a uma educação de qualidade e justiça social. O presente estudo pretende contribuir com esse debate, trazendo aportes teóricos da Sociologia da Infância relacionados ao tema. Essa perspectiva problematiza a legitimidade do paradigma da infância como uma fase natural e a criança como ser passivo em sua trajetória de desenvolvimento. Essa abordagem também critica a representação da criança com deficiência como mais fortemente dominada pela representação da deficiência do que pela representação da criança como criança, e incentiva que as crianças sejam tratadas como co-autoras nas pesquisas sobre elas.

Autoria: Helder Júnio de Souza e Adla Betsaida Martins Teixeira
Fonte: Revista de Estudo em Educação e Diversidade
Ano: 2022
Resumo: Este artigo busca analisar a avaliação que egressos do Ensino Médio fizeram sobre as aulas que tiveram sobre o tema Gênero e Sexualidade enquanto conteúdo programático das disciplinas de Filosofia e Sociologia. Esse conteúdo foi ministrado por um dos pesquisadores numa escola particular em Sabará e as aulas ocorreram no 2º ano do Ensino Médio como parte integrante do conteúdo do 2º bimestre em 2019. Nesse sentido, o objetivo aqui é compreender qual a importância que essas aulas tiveram para os egressos, e seus respectivos posicionamentos, em relação à compreensão sobre questões relativas às temáticas de Gênero e Sexualidade. A metodologia adotada foi de questionário aberto aplicado através do Google Forms, na qual o contato com os participantes se deu a partir de meios digitais em out/21, devido ao contexto da pandemia. Os relatos mostram um amadurecimento pessoal ao analisar seus anseios/ dúvidas/ inseguranças antes e após as experiências nas aulas. A importância de se trabalhar essa temática em sala de aula ultrapassa os limites e necessidades do contexto escolar, contribuindo para a vivência da própria sexualidade, como também do respeito à diversidade sexual e de gênero e da necessidade de se trabalhar esse conteúdo dentro da sala de aula.

Autoria: Silas Veloso de Paula Silva, Isabella Costa Alves Nara e Fernanda Gueiros Vidal Barreto
Fonte: Diversidade e Educação
Ano: 2020
Resumo: Este trabalho é resultado de uma pesquisa qualitativa (exploratória) que discute a “Ideologia de Gênero” e o “Movimento Escola sem Partido” enquanto elementos discursivos inseridos em um campo de articulação transnacional. Parte-se das reflexões acerca dos “embates hegemônicos” em torno das políticas de gênero e sexualidade e de uma revisão bibliográfica em torno das temáticas em questão. Busca-se analisar a partir da teoria do discurso os desafios enfrentados pela sociologia no atual cenário político brasileiro. Como resultados, o trabalho aponta que tais elementos discursivos estão associados aos avanços e pautas neoconservadoras e neoliberais somadas aos interesses de grupos religiosos na América Latina, sendo a educação um espaço de disputa entre os sentidos que defrontam por fixação e hegemonia. Conclui-se evidenciando o urgente contexto estrutural das demandas anti-intelectuais, fundamentando propostas político-pedagógicas contrastantes, como a pedagogia feminista, pedagogia queer e decolonial assim como suas respectivas concepções curriculares.

Autoria: Luiz Fernandes de Oliveira
Fonte: Educação e Realidade
Ano: 2014
Resumo: A partir da análise de duas legislações que alteraram a LDBEN - a Lei 10.639/03, que estabelece a obrigatoriedade do ensino de história e culturas afro-brasileira e africanas na educação básica, e a Lei 11.684/08, que estabelece a obrigatoriedade do ensino de sociologia no Ensino Médio -, o que vamos procurar refletir neste artigo é o duplo desafio pedagógico das legislações para o professor de sociologia no Ensino Médio, ou seja, a tentativa de afirmação de uma nova postura epistemológica acerca das relações raciais no Brasil e a tentativa de construção de um conhecimento escolar em sociologia que tem como parâmetro novas bases epistemológicas do conhecimento histórico sobre as relações raciais. Veremos que as tarefas que se impõem na disciplina de sociologia no Ensino Médio com a temática étnicoracial não se expressam simplesmente na aplicação da legislação, mas também na necessidade de um outro tipo de produção pedagógica e epistemológica que tenha um compromisso com uma educação antirracista.