Textos e Artigos

Autoria: Ana Beatriz Accorsi Thomson e Ana Flávia Dias Zammataro
Fonte: Revista História Hoje
Ano: 2021
Resumo: Este artigo tem como objetivo analisar as ideias históricas de alunos do Ensino Médio sobre eventos recentes de destruição de estátuas e monumentos ligados ao colonialismo e ao imperialismo, em diferentes lugares do mundo. A partir de uma atividade proposta remotamente a 44 alunos de uma escola periférica de Londrina (PR), como forma de tornar o ensino remoto mais crítico e conectado à realidade atual, analisamos qualitativamente os dados sob o âmbito teórico metodológico da Educação Histórica. Foi possível perceber que a maioria dos estudantes considera que a derrubada das estátuas não leva necessariamente ao combate ao racismo, sendo fundamentais outras estratégias de conscientização social. Algumas narrativas dos jovens basearam-se em relatos pessoais sobre o racismo, evidenciando ideias complexas no que se refere à discussão sobre identidade e superação de experiências traumáticas.

Autoria: Robson Ferreira Fernandes
Fonte: Fronteiras: Revista Catarinense de História
Ano: 2022
Resumo: De forma objetiva, a entrevista se conectou a proposta de pesquisa do discente, que pretende ter como problema a “ideologia de gênero”, que se pauta nas narrativas e discursos religiosos, conservadores e reacionários, travando embates com os estudos de gênero, o ensino e a História. Nas últimas décadas temos acompanhado um avanço no campo acadêmico dos estudos das “questões de gênero”, assim como uma mobilização crescente de diferentes movimentos sociais em torno do tema. Infelizmente, evidenciamos discursos desqualificadores que desvirtuam a categoria de análise, nomeando-a de “ideologia de gênero”. Especialmente nos últimos anos, vemos um aumento de posicionamentos contra a chamada “ideologia de gênero”, desprovidos de análise, mas contaminados de preconceitos, que simplesmente atribuem aos estudos de gênero um “tom doutrinário”, como se estes estudos fossem destrutivos à sociedade. A lista conservadora dos projetos de lei vinculados ao “Escola sem Partido” almeja inviabilizar e mesmo criminalizar todas as propostas pedagógicas conduzidas por professoras e professores que abordem temas como desigualdades de gênero, diversidade sexual, o combate ao preconceito, ao sexismo e à LGBTfobia. Seus/uas apoiadores/as vêm afirmando que esse tipo de material e discussão “doutrinam” estudantes, forçando-os a aceitar a “ideologia de gênero”. A quem interessa retirar gênero e sexualidade do currículo? Embora pesquisas historiográficas e documentos legais da educação brasileira mostrem a importância do trabalho em sala de aula sobre questões de gênero e sexualidade, o embate com a censura, a perseguição e o assédio tornam-se relevante considerar que tais estudos têm limitações. Pesquisar como a “ideologia de gênero” penetra na educação básica, e afeta os conceitos científicos dos estudos de gênero no ensino de História, e como estas artimanhas narrativas ganham poder na esfera social, entre ataques, ameaças, perseguições, intimidações e destruição de saberes e vidas, permite acessar não somente os interesses de grupos conservadores e fundamentalistas religiosos, mas a partir de uma metodologia da história oral, mas compreender professores e professoras da educação básica que já se depararam com a presença do discurso da “ideologia de gênero” em suas práticas, e tiveram que se submeter ao silenciamento e medo.

Autoria: Lavínia Alves Oliveira e Juliana Sales Rodrigues
Fonte: Revista de Estudos Africanos e Afro-Brasileiros
Ano: 2020
Resumo: O continente africano é rico em diversidade étnica, devido a colonização, essa pluralidade se faz presente no Brasil, resultando na constituição de uma cultura afro-brasileira, que pode ser percebida por sua vez, na religiosidade, nas cores, hábitos, e culinária, tornando-se assim importante na construção do nosso país, contudo, sabe-se que a população negra brasileira sofre com a desigualdade racial eminente desse processo de colonização e combatê-las significa lutar contra o racismo, sendo religioso ou não. Neste contexto, a criação da Lei 10639/03, é um importante instrumento para defrontar os preconceitos e estereótipos no Ensino de História da África nos bancos escolares, que mantêm uma estrutura eurocêntrica em seus conteúdos, assim, esta lei viabiliza uma educação combativa, reconhecendo o racismo, refletindo sobre o papel do negro na história do Brasil e a valorização da cultura africana eafro-brasileira, buscando também que se faça presente o conhecimento científico construído por pensadoras e pensadores negros. Para além disso, torna-se importante pensar no uso da lei 10639/03 no ensino de História enquanto formação docente, dentro da Universidade. Considerando o que foi exposto, este artigo trata-se de um relato de experiência sobre a criação de um recurso didático (História em quadrinhos), e por meio dele busca-se refletir sobre a aplicabilidade da lei 10.639/03 nos componentes curriculares de Laboratório de Cultura afro-brasileira e Novos Temas para o Ensino e Pesquisa Histórica do curso de Licenciatura em História da Universidade do Estado da Bahia - Campus XVIII.

Autoria: Adriana Gomes Ferreira
Fonte: Em Tempos de História
Ano: 2021
Resumo: Neste artigo, pretendemos analisar possíveis diálogos pedagógicos entre História e Literatura. Começamos por discutir os conceitos de sensibilidade e imaginário, ambos mobilizados pelos debates contemporâneos sobre a História da Cultura. Pode-se usar a dimensão subjetiva das narrativas ficcionais como um recurso profícuo para o ensino de História. A literatura é capaz de humanizar experiências de violência, como eventos traumáticos. Desse modo, a sua utilização nas aulas de História pode permitir aos alunos compreender e discutir as consequências sociais e humanitárias da violência em todos os níveis. Com isso em mente, ao final do artigo, analisamos trechos de duas narrativas testemunhais, aplicando tudo o que discutimos.

Autoria: Paulo Augusto Tamanini e Ana Meyre de Morais
Fonte: Ensino em Re-Vista
Ano: 2021
Resumo: O artigo apresenta uma atividade pedagógica para a leitura de imagens de cunho violento presentes em livros de História. Para tanto, se serve de uma imagem colhida no livro História Sociedade & Cidadania, La Paraguaya, do artista uruguaio Juan Manuel Blanes, datada do ano de 1880. O aporte teórico acerca da leitura de imagens serve-se de Burke (2004), Santaella (2012) e Bittencourt (2009); sobre o uso da imagem como ferramenta pedagógica em sala de aula, referencia-se em Fonseca (2003), Monteiro e Penna (2011), Alvarenga e Araújo (2006). A atividade didática mostrou que as imagens prendem a atenção do alunado para o fato de a violência existir e estar presente, por vezes, de modo, subliminar, inclusive nos livros didáticos.

Autoria: Olívia Candeia Lima Rocha
Fonte: Revista Eletrônica História em Reflexão
Ano: 2020
Resumo: Esse texto discute as relações entre sociedade, educação, violência de gênero e ensino de História. A violência de gênero se manifesta também através de aspectos simbólicos, que contribuem para reprodução de preconceitos e para a prática de atos violentos,contra meninas e mulheres, homossexuais, travestis, transexuais e transgêneros. Nesse contexto, a educação e o ensino de História possuem um papel fundamental. É preciso formar novas concepções de mundo através da educação para que uma realidade social seja transformada. O ensino de História pode contribuir para desnaturalizar modelos vinculados ao gênero e à sexualidade, evidenciando a sua construção cultural em diversas sociedades e épocas distintas.

Autoria: Roney Polato de Castro, Anderson Ferrari, Michele Priscila Gonçalves dos Santos e Marilda Paula de Pedrosa
Fonte: PERSPECTIVA
Ano: 2019
Resumo: O presente artigo é parte de uma pesquisa, já concluída, que buscou investigar as relações entre cultura visual, currículo, formação docente e educação. Como instrumento metodológico foi aplicado um questionário qualitativo com questões abertas. Neste texto, vamos trabalhar com as respostas das alunas do curso de Pedagogia de uma universidade pública federal a duas questões que diziam sobre o ensino de História, as relações de gênero e as sexualidades. Estamos tomando o espaço escolar e o ensino de História como produtores e veiculadores de relações de gênero e sexualidades e, por conseguinte, como responsáveis por processos de silêncios e silenciamentos que afetam os modos de subjetivação, constituindo modos dos sujeitos se colocarem no mundo e de pensarem a si mesmos. Uma problemática de investigação e de análise que nos aproxima da perspectiva pós-estruturalista, sobretudo de inspiração foucaultiana, que entende a educação como um processo mais amplo de constituição dos sujeitos que ocorre na produção de discursos e saberes.

Autoria: Diane Valdez e Miriam Fábia Alves
Fonte: Revista Brasileira de História da Educação
Ano: 2019
Resumo: O objetivo deste artigo é socializar uma experiência do uso de biografias de educadoras no ensino de história da educação em um Programa de Pós-graduação em Educação. O estudo também problematiza, a partir de uma pesquisa bibliográfica, o predomínio masculino nos dicionários e nas obras clássicas de história da educação editadas nos séculos XX e XXI. Conclui-se que, ao se proporcionar aos estudantes o acesso a histórias plurais, também se deu visibilidade às trajetórias femininas na história da educação. Os enfrentamentos ideológicos, políticos e sociais, vividos pelas educadoras, impulsionaram outras perspectivas a respeito do magistério na história da educação brasileira.

Autoria: Carla Beatriz Meinerz, Priscila de Souza Santos e Priscila Nunes Pereira
Fonte: ODEERE
Ano: 2021
Resumo: Objetiva-se no texto analisar o ensino de história na formação inicial e continuada, através do estágio docente obrigatório em espaços escolares, tematizando o racismo institucional e o sexismo. O conceito de racismo institucional será interseccionado com o de sexismo, pois a análise destaca fenômenos observados com jovens estudantes negras, licenciandas do Curso de História da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Sob a perspectiva da abordagem qualitativa, consideram-se as práticas pedagógicas, construídas em processos de ensino e pesquisa, desenvolvidas a partir de autorreflexões e entrevistas abertas com estudantes negras em formação inicial. Problematiza-se a presença da branquitude, do sexismo e do racismo nas formas de viver e pensar essas práticas pedagógicas. Fundamenta-se em autoras como bell hooks, Grada Kilomba, Nilma Lino Gomes e Petronilha Beatriz Gonçalves e Silva, em associação com produções do campo específico do ensino de história no Brasil. As considerações parciais apontam a presença hegemônica das maneiras de agir e de pensar da branquitude no imaginário das comunidades escolares e universitárias, produzindo ações de discriminação racial e de gênero.

Autoria: Lazaro Mourão de Sousa
Fonte: Revista Bibliomar
Ano: 2020
Resumo: Este artigo objetiva apresentar uma compilação dos principais fatos históricos da educação do deficiente no Brasil nos séculos XX e XIX. Os fatos históricos foram extraídos de pesquisas em livros, artigos e documentos oficiais utilizando-se de uma revisão narrativa sobre a Educação Especial. A análise histórica da educação desse público expõe a criação das primeiras instituições públicas e privadas que deram início ao processo educativo do deficiente no Brasil, assim como permite conhecer as legislações e documentos criados a fim de garantir o direito à educação desses sujeitos no país. Portanto, ao analisar os principais fatos da Educação Especial no Brasil conclui-se que sempre houve e ainda há uma resistência em relação aos movimentos em prol do direito das pessoas com deficiência, mesmo diante dos inúmeros direitos já adquiridos por estes.